Problemas de qualidade aparecem sob a forma de perdas. A maioria delas é devido a poucos tipos de defeitos que podem ser atribuídos a um número restrito de causas.
Se as causas desses defeitos “vitais” forem identificadas e corrigidas, torna-se possível a eliminação de quase todas as perdas. É uma questão de prioridade.
Os defeitos “secundários” ou “triviais”, com menores conseqüências, devem ficar para solução posterior. O gráfico de Pareto permite resolver este tipo de problema.
Em 1897, o economista italiano Vilfredo Pareto apresentou uma fórmula que mostrava a desigualdade na distribuição de salários, concluindo que 80% da renda concentravam em apenas 20% da população. Teoria semelhante foi apresentada na forma de diagrama pelo economista americano Lorenz em 1907.
Os dois professores demonstraram que a maior parte da riqueza pertence a muito poucas pessoas (80% da riqueza pertencem a apenas 20% da população)
No campo de controle da qualidade, o Dr. Juran aplicou o método como forma de classificar os problemas da qualidade em pontos vitais e muito triviais, e denominou-o de Análise de Pareto.
Demonstrou que a maior parte dos defeitos e seus custos provêm de um número pequeno de causas, ou seja, relativamente 80% dos problemas encontrados no ambiente fabril, tem origem a relativamente 20% das causas.
Etapa 1
Verificar os problemas a serem investigados e decidir sobre a coleta de dados necessária, determinando o método de coleta de dados e o período durante o qual serão colhidos.
Exemplos de defeitos ou problemas: itens defeituosos, devoluções, ocorrência de acidentes e reclamações de clientes e decida quais serão os dados necessários e como classificá-los.
É interessante fazer a classificação por tipo de defeito, localização, processo, máquina, operário, método. Existem itens que não são frequentes, os quais podem ser classificados sob o título de “outros”.
Etapa 2
Crie uma folha de verificação e liste os itens, deixando espaço para preenchimento das incidências dos defeitos e dos totais.
| Tipo de defeito | Verificação | Total |
| Trincas | ///// ///// ///// //// | 19 |
| Manchas | ///// ///// ///// ///// ///// ///// | 30 |
| Riscos | ///// ///// | 10 |
| Folgas | ///// ///// ///// ///// /// | 23 |
| Outros | ///// /// | 8 |
| Quebras | ///// | 5 |
| Total | | 95 |
Após a coleta de dados efetuada e a folha de verificação preenchida, deve reorganizá-la em ordem decrescente, deixando o item “outros” por último, mesmo que seja maior que o menor tipo de defeito.
| Tipo de defeito | Verificação | Total |
| Manchas | ///// ///// ///// ///// ///// ///// | 30 |
| Folgas | ///// ///// ///// ///// /// | 23 |
| Trincas | ///// ///// ///// //// | 19 |
| Riscos | ///// ///// | 10 |
| Quebras | ///// | 5 |
| Outros | ///// /// | 8 |
| Total | | 95 |
Etapa 3
Calcule o percentual de cada item.
| Tipo de defeito | Verificação | Total | % | % Acum. |
| Manchas | ///// ///// ///// ///// ///// ///// | 30 | 31,58 | |
| Folgas | ///// ///// ///// ///// /// | 23 | 24,21 | |
| Trincas | ///// ///// ///// //// | 19 | 20,00 | |
| Riscos | ///// ///// | 10 | 10,53 | |
| Quebras | ///// | 5 | 5,26 | |
| Outros | ///// /// | 8 | 8,42 | |
| Total | | 95 | 100 | |
Preencha a coluna do percentual acumulado.
| Tipo de defeito | Verificação | Total | % | % Acum. |
| Manchas | ///// ///// ///// ///// ///// ///// | 30 | 31,58 | 31,58 |
| Folgas | ///// ///// ///// ///// /// | 23 | 24,21 | 55,79 |
| Trincas | ///// ///// ///// //// | 19 | 20,00 | 75,79 |
| Riscos | ///// ///// | 10 | 10,53 | 86,32 |
| Quebras | ///// | 5 | 5,26 | 91,58 |
| Outros | ///// /// | 8 | 8,42 | 100% |
| Total | | 95 | 100% | |
Etapa 4
Elaborar o Gráfico de Pareto, da seguinte forma:
Trace dois eixos verticais de mesmo comprimento e um eixo horizontal.
Eixo vertical do lado esquerdo: Marque-o com escala de 0 até o valor total de defeitos encontrados na folha de verificação.
Eixo vertical do lado direito: Marque-o com escala de 0% a 100% que corresponde ao valor total da folha de verificação.
Eixo horizontal: Divida-o em intervalos iguais de acordo com a quantidade de itens da folha de dados.
Etapa 5
Construa um diagrama de barras, colocando os itens na ordem da folha de dados (decrescente).
Etapa 6
Desenhe a curva acumulada dos percentuais obtidos (Curva de Pareto), ligando os pontos marcados e complemente com as informações necessárias.
Dados referentes ao gráfico: Título, quantidade significativa, unidades, nome da pessoa que construiu o gráfico.
Informações sobre os dados: Período, assunto e local do levantamento, quantidade total dos dados.
Gráfico de Pareto:
Outras sugestões:
É importante que “outros” tenham uma percentagem baixa, pois se for muito alta, significa que os itens não estão classificados de forma adequada. Nesse caso, é preciso rever o método de classificação.
Se um item parece de simples solução, deve ser tomada ação imediatamente, mesmo que tenha menor importância relativa.
Como o Gráfico de Pareto objetiva eficiente solução do problema, exige, que as ações devam ser somente em relação aos pontos vitais. Se determinado item parece ter importância relativa menor, mas pode ser resolvido por medida corretiva simples, deve servir como exemplo de eficiência na solução de problemas.
Se determinado item parece ter importância relativa após a identificação do problema com o Gráfico de Pareto por sintomas é necessário identificar as causas para que o problema possa ser resolvido.
Por isso, é importantíssimo fazer um Gráfico de Pareto por causas de problemas, caso se queira algum progresso.
